sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

POLÍTICA

As 3 más notícias do Datafolha para Lula 

Um "plano B"

Para aliados, este foi um sinal de força e um indicativo de que pressões do Judiciário não abalarão o líder petista. Tal avaliação reforçaria a estratégia de radicalização política, insistência na candidatura do ex-presidente até suas últimas consequências
e enfrentamento enfático da nova decisão adversa em segunda instância. Conforme muitas lideranças do PT já afirmaram, o partido não quer trabalhar com um "plano B" neste momento. Por mais que tenham crescido as chances de o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) indeferir possível pedido de candidatura de Lula, devido ao enquadramento na Lei da Ficha Limpa, a ideia seria continuar com o nome do ex-presidente para ampliar sua capacidade de transferência de votos na reta final da disputa e também ajudar o partido a não desidratar no Congresso, governos e legislativos estaduais.

Alguns analistas políticos, contudo, não viram com surpresa o desempenho de Lula na última pesquisa, a despeito do demonstrativo de força do petista (ou fraqueza dos adversários). Outros ainda alertaram para três notícias ruins ao líder petista com o resultado apresentado pelo Datafolha. A primeira delas seria a redução na capacidade de transferência de votos do ex-presidente, sobretudo em um contexto de chances cada vez menores de competir até o fim. De acordo com a pesquisa, feita entre os dias 29 e 30 de janeiro, o percentual de eleitores que não votariam em um nome apoiado por Lula subiu de 48%, em novembro, para 53%. Já o grupo dos que disseram que o apoio do ex-presidente certamente os faria escolher o candidato oscilou de 29% para 27%, dentro da margem máxima de erro de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

"Em que pese o fato de Lula conseguir preservar seu eleitorado em um primeiro momento, mesmo após a confirmação da condenação no caso do tríplex, a pesquisa Datafolha já captou uma queda na capacidade de transferência de votos do ex-presidente. Isso mostra um desgaste, mesmo que não tenha se traduzido em recuo de votos a Lula" , observou o analista político Carlos Eduardo Borenstein, da consultoria Arko Advice. Para piorar o quadro ao PT, mesmo com a resiliência de Lula, a baixa pontuação de possíveis substitutos de Lula na disputa é outro fato negativo e também pode preocupar a sigla. Até o momento, a principal alternativa ventilada no partido, o ex-governador da Bahia e ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner não passa de 2% nos cenários em que é considerado. Por outro lado, vale ressaltar que o fato de o próprio PT sustentar a narrativa de não ter "plano B" também pesa sobre o desempenho de outros nomes. De qualquer forma, isso não exclui as esperadas dificuldades oriundas do desconhecimento nacional às alternativas até o momento avaliadas. A baixa pontuação dessas figuras nas pesquisas e a dispersão dos votos que seriam destinados a Lula amplia os riscos de fragmentação efetiva na esquerda, o que pode dificultar as condições desse grupo político de avançar para uma disputa de segundo turno.

Um terceiro ponto de ampla relevância apresentado pelo Datafolha foi o ainda elevado desconhecimento do eleitorado sobre o julgamento de Lula no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que culminou em sua condenação a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso envolvendo um apartamento tríplex no Guarujá (SP).



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Elizeu Proença


CONTEÚDOS NOTA Sarandi
escritorelizeuproenca@gmail.com

http://www.valor.com.br/politica/5278681/acompanhe-julgamento-de-recurso-de-lula-no-trf4e
http://www.valor.com.br/politica/5278681/acompanhe-julgamento-de-recurso-de-lula-no-tr

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